Jayr Guimarães nasceu no Rio de Janeiro, em 25 de novembro de 1938, e faleceu em Niterói, a 20 de janeiro de 2015.
Carioca do subúrbio, flamenguista e Ogã respeitável em terreiro de umbanda em Realengo, passou a infância entre os bairros de São Cristóvão, Penha e Vicente Carvalho, fazia cinema com caixas de papelão e apresentava para as crianças da rua, acompanhou, entre uma pelada e outra nos campos de várzea da Zona Norte, algumas filmagens da Cinédia, chegando a participar de alguns filmes como figurante, e fez da sala da nossa casa, em Niterói, o meu primeiro cinema com cheiro de filme queimando no projetor.
Ainda adolescente, precisou largar os estudos para se dedicar ao trabalho e ajudar nas despesas de casa. Quando foi office boy, costumava a assistir aos filmes em cartaz na Cinelândia entre uma atividade e outra, posteriormente, trabalhou com vendas e na área administrativa.
Durante as décadas de 70 e 80 registrou seus olhares em viagens, espaços públicos, paisagens urbanas e naturais, rituais religiosos da umbanda, vida familiar, marcos históricos na cidade e em alguns municípios do Rio de Janeiro, como Niterói, Vassouras, Petrópolis, e em Brasília, residência de sua irmã.
Assistia a todos os tipos e formatos de filmes, amava os de investigação, as tramas psicológicas, os estrangeiros, as produções independentes, dispensava as comédias “besteirol” e evitava os, como ele mesmo dizia, os filmes lacrimejantes.
Nas suas grandes paixões, música e cinema, guardava em coleções filmes do Chaplin e desenhos animados como Pica-Pau e a Pantera Cor de Rosa, em Super 8, e os em VHS e em DVD, de Taxi Drive à Dogville, de O Poderoso Chefão à Perfume de Mulher, e em discos de vinil e CDs, algumas das trilhas sonoras dos filmes que assistiu ao longo da vida.
Apaixonado por novidades foi evoluindo junto com os filmes mudos, os falados, os preto-e-branco, os em cores, em 8 mm, 16 mm e 35 mm, até chegar aos “baixados” na internet.
(Texto de Ana Carolina Guimarães).