Carlos Fonseca foi crítico cinematográfico profissional, trabalhando dos anos 1950 aos anos 2000 em diversos veículos, como A Noite, Correio da Manhã, Filme Cultura, Jornal do Brasil, O Globo, Manchete, entre outros. No começo de sua carreira, teve a honra de ser o substituto temporário de Moniz Vianna, com quem manteve longa amizade.
Ao longo de sua carreira, reuniu um grande acervo de fotografias e comunicados de imprensa (press releases) que manteve organizado em sua coleção pessoal. Quando foi doado para a UFF e Cinemateca do MAM, o material relativo ao cinema estrangeiro foi incorporado ao acervo da instituição. Já o acervo relativo ao cinema brasileiro – filmes estrangeiros filmados no Brasil ou com elenco brasileiro – foi mantido separado, sendo organizado através dos projetos do LUPA. São mais de 3 mil fotografias e quase 1 mil comunicados de imprensa.
A coleção de fotografias concentra-se em produções realizadas principalmente a partir dos anos 1950, quando Fonseca começa a atuar profissionalmente na imprensa. As imagens de filmes anteriores a esse período geralmente são resultado de relançamentos ou reportagens históricas. Um dos destaques da coleção são os comunicados de imprensa, que traziam informações destinadas a subsidiar os jornalistas na divulgação do lançamento, com diferentes formatos, às vezes seguindo um padrão visual da distribuidora. De especial interesse para os pesquisadores são os diversos comunicados de imprensa de chanchadas dos anos 1950 e 1960, um material bastante raro.
A coleção traz uma grande variedade de títulos, tanto comerciais quanto autorais, de longas-metragens, mas também de curtas-metragens. Há materiais, inclusive, de filmes que não chegaram a ser concluídos ou lançados, mas enviaram notícias e fotos para a divulgação pela imprensa de seu processo de produção.
Alguns materiais mais raros foram digitalizados antes da pandemia e passam a estar disponíveis para consulta no catálogo abaixo, entre eles de filmes considerados perdidos, como uma fotografia de cena de “Domingo” (1961), primeiro curta-metragem de Carlos Diegues; um fotocartaz e comunicado de imprensa de “Sete homens vivos ou mortos” (dir. Leovegildo Cordeiro, 1969); e um comunicado de imprensa de “Crime no Sacopã” (Roberto Pires, 1963) acompanhado de um bilhete manuscrito de seu diretor.
Vale conferir ainda os comunicados de imprensa do primeiro filme de José Mojica Marins, “Sina do Aventureiro” (1958) e do marcante longa de Julio Bressane o “Anjo nasceu” (1969). Estão disponíveis também materiais de filmes raros como “Copacabana ano zero” (dir. Duílio Mastroianni, 1960), “Juventude sem amanhã” (dir. Elzevir Pereira da Silva e João Cezar Galvão,1959), “Dorinha na soçaite” (Geraldo Vietri, 1957) e “O capanga” (dir. Alberto Severi, 1957).
A coleção conta ainda com documentos únicos, como um comunicado de imprensa com correções manuscritas de “Aconteceu no Maracanã” (Nilo Machado, 1969), ou uma fotografia para a assinatura do contrato de produção de “Assalto ao trem pagador” (1962) reunindo Roberto Farias, Jarbas Barbosa e Herbert Richers.
Outros catálogos e documentos digitalizados serão disponibilizados no site do LUPA em breve.
Você pode pesquisar um item através do campo com uma lupa à direta, assim como reorganizar a listagem através dos botões para “Filtrar” e “Ordenar”. Para visualizar o catálogo em página inteira, clique no botão mais abaixo, “View larger version”
